Leandro Carvalho, guitarrista, natural da Cidade de Niterói, nascido
em 17.09.1975, já atuou em bandas como Unliver e Syren, e, atualmente integra a
banda carioca de Heavy Metal, PAINSIDE, de onde é membro desde 2010.
FMBR:Por que escolher a música?Por que ser guitarrista?
Leandro
Carvalho: Bem, essa pergunta me parece fácil - na
verdade, pode até soar óbvia -, porém eu não saberia responder com tanta
facilidade em poucas linhas ou, até mesmo, em algumas laudas. Prefiro encarar da seguinte forma: Fui
escolhido por ela.
Na verdade, não
saberia viver sem ela, pois sempre esteve presente em tudo o que faço e em
todos os momentos da minha vida.
Assim como o cheiro te encaminha às lembranças mais
remotas – sejam elas boas ou ruins -, a música assim o faz.
A escolha do instrumento, no meu caso a guitarra, se deu
por amor a primeira vista. Na verdade, a primeira “ouvida”.
Lembro-me de ter escutado, em meamos de 1992, uma fita
cassete (é, estou velho mesmo) de um show do Ozzy Osbourne, onde um carinha
chamado Randy Rhoads fazia coisas extraordinárias com a guitarra.
Logo depois, outra figura chamada Zakk Wylde, me deixou
de queixo caído com a pegada e os solos contidos no No Rest for the Wicked ,
álbum também da carreira solo do Madman Ozzy Osbourne.
Após alguns anos, um grande guitarrista de Niterói – que
hoje tenho o prazer de chamar de amigo -, Alex Martinho, me encantou com uma de
suas músicas: A Lenda. Música esta que
fez parte de um grande pedaço da minha vida.
O Robertinho de Recife, figura ímpar, com o qual tive o prazer de fazer uma Jam no
início deste ano, e o Kiko (integrante do Roupa Nova), também foram dois
grandes guitarristas que, de certa forma me impulsionaram
muito naquela época- e nos dias de hoje -no que diz respeito à descoberta de timbres e feeling conseguidos com aquele grandioso instrumentos de seis cordas.
muito naquela época- e nos dias de hoje -no que diz respeito à descoberta de timbres e feeling conseguidos com aquele grandioso instrumentos de seis cordas.
Na verdade, o som daquele instrumento grandioso chamado
guitarra, me tocou. Aí, depois, eu é que fui tocá-la. Haha
Desde então, há época,
mesmo sem a facilidade de
ferramentas virtuais de pesquisa que temos hoje – pois, se não me engano, a Internet ainda estava sendo implantada no Brasil -, passei a procurar em revistas especializadas matérias acerca de guitarristas e seus equipamentos. O que faço até hoje.
ferramentas virtuais de pesquisa que temos hoje – pois, se não me engano, a Internet ainda estava sendo implantada no Brasil -, passei a procurar em revistas especializadas matérias acerca de guitarristas e seus equipamentos. O que faço até hoje.
FMBR:Quais são as suas influências?Qual sua
banda ou álbum preferido?
Leandro
Carvalho: Olha, outra pergunta bastante difícil, pois
costumo falar que procuro me influenciar “de música boa”, independente do
estilo em que se enquadre. Procuro usar
o meu ouvido como uma espécie de “peneira”, onde tudo o que escuto passa a ser
selecionado.
É claro que tenho preferências de determinados estilos
musicais e, assim, acaba sendo as minhas maiores influências.
Embora eu nunca tenha integrado uma banda de Hard Rock –
sempre toquei Heavy Metal ou Death Metal -, é um estilo que me influencia
muito.
No universo do Hard
Rock e do Heavy Metal, guitarristas como Doug Aldrich, John Norum, Zakk Wylde,
Alex Skolnick , George Lynch, Reb Beach, Pete Lesperance, Brook St. James,
Chris Risola, Michael Amott, Randy Rhoads, Jake E. Lee e Mike Slamer são os meus
preferidos.
Então, bandas e
artistas como Whitesnake, Dio, Burning Rain, Bad Moon Rising, Lion, Europe,
Ozzy, Black Label Society, Pride and Glory, Testament, Dokken, Winger, Harem
Scarem, Tyketto, Steelheart, Arch Enemy, Spiritual Beggars, Badlands e
Steelhouse Lane fazem parte da minha trilha sonora de vida.
Como eu disse acima, gosto de estilos variados de música,
então, ficaria um dia inteiro citando outras bandas e artistas aqui.
FMBR:Qual artista/banda é a sua maior
inspiração?
Leandro
Carvalho: Como respondi na pergunta anterior, busco
influência nos mais variados estilos musicais.
Porém, procuro sempre me focar em algo que tenha a essência de
determinado trabalho musical desenvolvido naquele momento.
Atualmente, me encontro em processo de composição com a
minha banda PAINSIDE e, assim, como sempre procuramos “modernizar” nossas músicas – porém, sem perder os
elementos do heavy metal clássico -, voltei a escutar bandas “mais atuais”,
como Killswtich Engage, Bullet For My Vallentine , As I lay Dying, Breaking
Benjamin, Red, até mesmo o 30 Seconds to Mars.
Não quer dizer que o som se voltará para os estilos
citados, mas busco elementos que me deem certa “inspiração moderna”.
Apenas acho que o artista tem que deixar o feeling falar mais alto; deixar as suas influências
se misturarem e, assim, te presentearem com a sua assinatura na criação da obra.
No caso em tela, a música.
FMBR:Qual o seu maior objetivo hoje?
Leandro
Carvalho: No que tange a arte, continuar tocando
guitarra e difundir a minha música o máximo possível.
FMBR:O que te motiva?
Leandro
Carvalho: O desafio me motiva. Simples assim.
FMBR:O que você acha da cena do rock/metal no
Brasil hoje?
Leandro
Carvalho: Olha, vou responder exatamente da mesma
forma que expus numa revista de grande circulação, onde realizei uma entrevista
com a minha ex banda no ano passado. Ao meu entendimento, sempre será uma
resposta atual.
Para ser bem sincero, se essa pergunta tivesse sido feita
a mim, tanto na década de 80, quanto em
um futuro próximo - além de ser uma
indagação bastante atual, que, no Brasil, transcenderia o tempo -, eu a
responderia com algumas palavras apenas: vontade, diferencial, persistência e sobrevivência. Isso definiria
a Cena do Metal no Brasil.
No meu ponto de vista, é claro, a sobrevivência da cena está
diretamente ligada à expectativa e
perspectiva que o artista deposita em uma chance de sucesso, o que
muitas vezes, frustrado, o faz desistir. Daí, a VONTADE, pura e simples, de
estar ali o faz sobreviver e, assim, ter uma chance de persistir na luta - em
parceria com o público e produtores, é claro - pela continuidade da existência
do cenário.
Quanto ao diferencial, ou seja, destacar-se, depende de
inúmeros fatores, em minha opinião, inexplicáveis. Pois, o que seria
“diferencial”? Reinventar o já inventado? Então, eu não saberia responder essa.
FMBR:Se tivesse a oportunidade de tocar em
uma banda ou trabalhar com alguém, quem seria?
Leandro
Carvalho: Com toda a certeza, junto ao saudoso Mestre
dos Mestres, Ronnie James Dio. Isso seria mais do que um sonho, seria uma
prepotência clamar por isso. Haha
FMBR:Quando você escolheu viver no universo
da música, sua família te apoiou?
Leandro
Carvalho: De certa forma, sim.
Lógico que os nossos pais – aqueles pertencentes a uma
sociedade brasileira conservadora - classificam a “profissão músico” como algo
sem futuro. Desejam para você algo “concreto”, que te dê segurança em um mercado de trabalho bastante disputado. Porém, isso não quer dizer que os seus
familiares não te apoiarão em determinadas escolhas na vida. E isso não foi diferente comigo.
No final de década de noventa, me formei em Direito,
busquei me especializar através de pós-graduações, mantive um emprego - mesmo
que burocrático - durante vinte anos, e, paralelo a isso, pude dar continuidade
ao meu sonho.
Então, graças à educação, o sustento e o apoio que os
meus pais puderam me conferir, eu nunca desisti da música.
Sou muito grato a eles.
FMBR:Você tem alguma mania/ritual antes ou após
uma apresentação?
Leandro
Carvalho: Sinceramente, não.
Na verdade, sou um cara bastante ansioso, mas não me
lembro de algum tipo de mania. Bem, eu disse, eu não me lembro. Haha
Essa os meus
amigos, e companheiros de banda, podem responder melhor por mim.
FMBR:Você tem projetos paralelos? Se sim pode
falar um pouco sobre?
Leandro
Carvalho: No momento, tenho recebido alguns convites
para integrar algumas bandas e projetos. Ainda os estudarei, pois, como citei anteriormente, pretendo me
dedicar por bom tempo a minha banda PAINSIDE.
Atualmente, prossigo dando algumas aulas de guitarra.
Isso eu posso considerar como um projeto paralelo.
FMBR:Considerações finais, agradecemos sua
disponibilidade e prestatividade em participar da nossa entrevista e deixamos o
espaço caso queira dizer algo:
Leandro
Carvalho: Gostaria muito de agradecer ao belo trabalho
que a Força Metal BR vem desenvolvendo.
Agradeço, também, pelo convite da entrevista.
Se quiserem dar uma conferida nos meus trabalhos:
-Painside no Facebook: https://www.facebook.com/painsideofficial
Por: Laíse Moreira S.