O Motörhead é aquela instituição do Rock Pesado que está
fazendo uma falta danada! E lá se vão quase três anos da morte de Ian Fraser
Kilmister (1945 – 2015), o nosso inesquecível Lemmy…
Após ‘Another Perfect Day’ (1983), que teve lá suas meias
polêmicas, a formação foi totalmente reestruturada, até que se firmou com a
dupla de guitarristas Phill Campbell (ex-Persian Risk) e Würzel (cujo nome real
era Michael Burston, também já falecido, em 2011), além do ex-baterista do
Saxon, Pete Gill. Assim, entre lançamentos de singles, compilações e outros
materiais, finalmente o ano de 1986 chegou e no dia 09 de agosto foi lançado
pela GWR Records ‘Orgasmatron’, o oitavo full length da banda.
Com mais uma bela arte de capa feita pelo ultra requisitado
Joe Petagno – que ao longo da carreira trabalhou outras 16 vezes com o
Motörhead – o álbum apresenta nove composições da peculiar sonoridade do então
quarteto. Se o anterior apresentou um certo “refinamento” nas composições,
instantaneamente apenas pelo
título ‘Orgasmatron’ já se tem uma noção básica do
que aguarda o ouvinte em um pouco mais de 35 minutos de total Heavy Metal,
Rock’n’Roll e Speed!
“Deaf Forever” começa o trabalho de uma maneira mais
contida, é verdade, dando a impressão que o capitão Lemmy e sua nova companhia
de artilharia estavam escondendo as táticas de guerra, mas é fato que apesar de
não ser uma música ruim, por se tratar de uma abertura, ficou devendo sim.
Entretanto, a mascote Snaggletooth estilizada como uma locomotiva não foi em
vão, já que “Nothing Up My Sleeve” tranquiliza aqueles que necessitam de uma
generosa dose de adrenalina, com suas batidas rápidas e riffs cortantes! Se o
álbum tivesse começado com ela, seria outra coisa…
Se o leitor (e ouvinte!) pensou que a carga energética
diminuiu, está muito enganado e pode tomar um fôlego pois as também velozes
“Ain’t My Crime”, “Claw” – com uma bela introdução oferecida por Pete Gill e
seu kit de “pancadas” – e “Mean Machine” tiveram a obrigação de não deixar
pedra sob pedra. Uma legitima trinca insana!
Apesar do título “Built for Speed” não mantém as
características das anteriores e apresenta uma vibe meio setentista, mas não
deixa a peteca cair de maneira alguma. Os motores se esquentam novamente com “Ridin’
With the Driver”, onde em alta velocidade você será levado a um tresloucado
consultório em “Dr. Rock”. A diversão
chega ao fim com a faixa título “Orgasmatron”, uma das mais famosas da banda.
Sua levada rasteira e ambientação soturna fizeram com que bandas como Sepultura
e Satyricon prestassem homenagens ao Motörhead com suas versões.
Se você já conhece pelo menos algum som dessa eterna
instituição da Música Pesada, sabe bem o que te espera. Agora, se não conhece…
Crie vergonha nessa cara e coloque esse ‘play’ pra rodar!
Formação:
Lemmy Kilmister (R.I.P. 2015) (vocal e baixo);
Phil
Campbell (guitarra);
Würzel
(R.I.P. 2011) (guitarra);
Pete Gill
(bateria)
Faixas:
01. Deaf
Forever
02. Nothing
Up My Sleeve
03. Ain’t
My Crime
04. Claw
05. Mean
Machine
06. Built
for Speed
07. Ridin’
with the Driver
08. Doctor
Rock
09. Orgasmatron.