Lançado no dia 30 de junho de 1977, pela Casablanca Records,
o sexto álbum de estúdio do Kiss, ‘Love Gun’, chegou ao mercado fonográfico
apenas sete meses após ‘Rock n Roll Over’, mostrando que os quatro “maquiados”
de Nova York estavam mais quentes do que nunca, e claro, no auge de suas
carreiras.
A começar pela estonteante obra de capa, assinada pelo
artista Ken Kelly – que já havia trabalhado com a banda em ‘Destroyer’, e sendo
bastante conhecido por suas ilustrações épicas – ‘Love Gun’ seria o último
registro do Kiss gravado inteiramente com a formação aclamada por muitos como
“clássica”, bem como também o trabalho onde cada um dos quatro cantou
separadamente em ao menos uma música (no caso de Peter Criss e Ace Frehley).
Com as músicas bem divididas entre Gene e Paul – tanto no
aspecto de composição, quanto em relação às vocalizações -, ‘Love Gun’ começa
bastante animado (e ora bolas, pegando fogo!) com “I Stole Your Love”, cantada
e escrita por Paul Stanley, esbanjando energia. Simplesmente uma das minhas
favoritas da banda nesse período! Por sua vez, o ‘mercenário’ Gene Simmons
entra em cena com “Christine Sixteen”, que conta com bem encaixadas notas de
piano – supostamente tocadas pelo produtor Eddie Kramer – em outro Rock
alucinante. O linguarudo mantém o clima inquebrantável com ‘Got Love for Sale’.
O certificado de Platina Tripla foi bem mais do que
merecido, e o bom resultado nos rankings de cinco países (#2 – Japão, #3 –
Canadá, #4 – EUA, #6 – Suécia e #18 – Alemanha), não deixa de
comprovar a força
do álbum. O mesmo, por sua vez, segue com Ace Frehley se arriscando – e se
saindo bem – nos vocais de “Shock Me”, onde conta sobre um acidente que
aconteceu com ele, tempos atrás. Paul Stanley retorna em “Tomorrow and
Tonight”, que serve de escada para a fortíssima faixa título “Love Gun” – pode
soar clichê escrever isso, mas duvido que você não deixará de cantarolar junto
o refrão! – onde o mesmo ‘Starchild’ também tocou baixo.
Finalmente chega a vez de Peter Criss assumir o vocal
principal em “Hooligan”. Creio que na época surpreendeu bastante, pois não se
tratava de uma balada, como a ótima “Hard Luck Woman” (do supracitado disco
anterior) e “Beth”, presente em ‘Destroyer’, e sim um Hard pra ninguém botar
defeito. “Almost Human” começa meio soturna com direito a uma batida de gongo e
segue com uma levada sensual, e quem sabe com algumas pitadas de Black Music
(tão em moda naqueles tempos).
Em um ecossistema totalmente “Sexo, Drogas e Rock’n’Roll” da
banda (já que o Gene afirmou nunca ter bebido ou usado drogas, para quebrar o
galho dele, eu acrescentaria “Dinheiro” nessa máxima), não poderia de ter breve
um causo sobre groupies, e a homenageada foi Cynthia Plaster Caster, que para
encurtar a missa, fazia moldes em gesso, do falo de músicos famosos. Um prato
cheio para o Kiss! Deixando a perversão de lado, o encerramento nos leva a uma
versão para a ‘romântica’ “Then She Kissed Me”, conduzida por Paul, do grupo
feminino The Crystals, gravada originalmente em 1963, e tendo sido regravada
por outros artistas logo em seguida.
Longos 41 anos já se passaram, e ‘Love Gun’ permanece
intocável, atraente e mostrando como o Hard Rock – ou se preferir: Rock’n’Roll,
Rock Pesado… – deve soar: com qualidade, energia, empolgação e transmitindo
igualmente aquela vontade de se divertir. Não deixe de incluir o Kiss nessa
trilha sonora da vida!
Formação:
Gene Simmons (vocal, baixo e backing vocal)
Paul Stanley (vocal, guitarra e baixo em “Love Gun”)
Ace Frehley
(guitarra, vocal e backing vocal)
Peter Criss
(bateria, vocal e backing vocal)
Faixas:
01. I Stole
Your Love
02.
Cristine Sixteen
03. Got
Love for Sale
04. Shock
Me
05.
Tomorrow and Tonight
06. Love
Gun
07.
Hooligan
08. Almost
Human
09. Plaster
Caster
10. Then
She Kissed Me.
Por: Vitor Sobreira