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Polêmica: Sepultura e Angra no carnaval 2016

Mais uma vez vemos as reclamações e guerra nas redes sociais entre fãs do metal que acusam as bandas Sepultura e Angra que decidiram participar este ano do bloco do Carlinhos Brown em Salvador de “traição do movimento”.

Não estou aqui pra defender ninguém mas, também quero expor alguns pontos que podem tornar essa atitude no mínimo aceitável.

Não é de hoje que o Sepultura faz essas parcerias inusitadas,Zé Ramalho,o guitarrista da banda, Andreas Kisser, já se apresentou com nomes da musica nacional como Margareth Menezes (também no carnaval), Chitãozinho e Xororó e outros.

O Angra por sua vez resolveu entrar na onda e tentar algo novo, isso revoltou muitos fãs,cheguei a ver em comentários na página oficial da banda pessoas pedindo para que o Kiko Loureiro (guitarrista e um dos fundadores da banda) voltasse e colocasse ordem na casa (Kiko que no momento se ausenta da banda e toca na renomada Megadeth).
(Foto:Arisson Marinho/CORREIO)



Deixemos então o fanatismo de lado e analisemos:

Se formos pensar, nada mais justo que o metal invadir...
o carnaval, já que é uma festa tão brasileira e já que essas bandas típicas brasileiras já são presença confirmada no “nosso” Rock In Rio. Carlinhos Brown já participou de várias edições do festival.

Ouvi comentários do tipo “ahh o que o dinheiro não faz”, sim pode ser por dinheiro,não tem como negar que o dinheiro que rola no carnaval é super atraente,mas se essas bandas “regionais” participam de um festival de rock/metal por dinheiro por que não participar da festa deles,o carnaval, pelo mesmo motivo??

Depois, já que o Carlinhos Brown arrasta multidões no carnaval,é uma ótima oportunidade da banda expor seu som e até arrebatar alguns fãs,mais seguidores nas redes sociais,hoje em dia isso é o que dá dinheiro.

Pensem, estou em um festival que não tem espaço para o tipo de música que toco,logo se eu quiser fazer um show só da minha banda ninguém vai,porém se eu for convidado de um cara que já é um mestre de cerimônia,com certeza me ouvirão.Uma pessoa que curte axé e nunca se interessou em escutar Sepultura/Angra,gosta do que vê,passa a curtir a banda,começa a seguir nas redes sociais e em um show futuro deles na cidade pode até animar a ir no show,mesmo que não tenha mais nada a ver com samba/axé/carnaval.Mais fãs,mais público,mais dinheiro.

(Foto:Mauro Zaniboni Ag Haack/G1)
Outra questão, o Brasil tem vários,vááááários estilos musicais tipicamente nosso,no exterior quando se fala em Brasil a primeira coisa que lembram é Samba/Carnaval.

Os roqueiros/”metaleiros” daqui são muito chatos,e acham que o metal deve ser puro,não ter nenhum tipo de mistura ou influência,mas o que é puro nesse país??Um país de misturas.

Uma ótima saída/desculpa, como queira, que essas grandes bandas usam é que o seu som sofre influência cultural,enquanto os brasileiros choram, esperneiam, desdenham e até boicotam, os “gringos” amam as misturas,mesmo.

E que banda não tem um pouco de influência da sua cultura?? Infelizmente (pelo menos pra mim) a cultura brasileira é samba/axé/pagode/sertanejo/forró/funk...sorte de quem mora em países que tem influência do Country,Rock and Roll,Industrial,Musica Celta.Se formos a fundo veremos essas influências,um exemplo que eu adoro citar é uma banda que fez sucesso a um tempo e que até hoje tem muitos fãs,o System Of a Down,eles tocam um rock típico mas a influência Árabe é evidente,nos vocais,na melodia.

Enfim, essa “desculpa” de influência cultural é super aceita por quem está lá fora e não carrega esse “ódio” pelas musicas tradicionais daqui, podem ter certeza que vai continuar, é uma tendência que tende a crescer,já vejo até alguma parceria em um futuro próximo com o ‘cara’ do momento Wesley Safadão (risos).Aí  ou você entra na onda,não precisa curtir o som misturado se você não curte (como eu não curto) mas deixa de mimimi ou fica aí pregando ódio contra uma banda que sempre foi foda, tem nome e história, o que não vai fazer diferença nenhuma pra elas,pois só irão ganhando mais e mais fãs.

Por: Laíse Moreira S.

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