Theatre of Fate é o segundo álbum
de estúdio do Viper. Lançado em 1989, marca a saía de André Matos no Vocal. A
gravação deste disco foi um grande salto de nível. Diferentemente do anterior
(Soldiers of Sunrise), que foi gravado em uma semana. Desta vez foi contratado
um produtor inglês chamado Roy Rowland. Além disso, contaram com um dos
melhores estúdios disponível na cidade. Era um estúdio antigo, dos anos 50 ou
60, dos tempos do cinema, onde eram gravadas orquestras inteiras , com “equipamentos maravilhosos, como mesa ao
vivo e gravadores de fitas e todos os tipos de microfones e todos os tipos de
salas e piano acústico e orquestra disponível, e tudo. Então foi uma realidade
completamente diferente”, conforme lembrou André Matos em entrevista.
Além de contar com André Matos
nos vocais, o line up o Viper ainda tinha, Felipe Machado nas guitarras, os
irmãos Yves e Pit Passareli (guitarra e baixo, respectivamente) e Guilherme
Martin nas baquetas.
Theatre of Fate abre com a
instrumental Illusions, composta por Pit Passareli, sendo uma linda faixa
introdutória, preparando os nossos ouvidos para o que virá a seguir. At Least a
Chance, também de Pit, um excelente Power Metal, com uma letra que inspira
esperança, como a uma ultima chance a qual devemos nos agarrar. Em seguida
vem
To Live Again, música com uma pegada bem tradicional, lembrando Iron Maiden em
muitos aspectos, e uma letra bastante intimista, de como as decisões que
tomamos no passado podem influenciar no que nos tornamos, e tomando-as
erroneamente, nos atinge bastante negativamente, sem chance de poder voltar
para mudar.
A Cry From The Edge é a quarta música
do álbum. Uma Linda introdução abre a faixa e nos leva a um grande Power Metal.
Escrita por Pit Passareli e Felipe Machado, é uma das músicas mais ligeiras do
disco. Podemos nos surpreender com o grande vocal de um André Matos ainda
adolescente, uma amostra dos agudos que levariam o vocalista a ser reconhecido
mundialmente. Em seguida vem a clássica Living For The Night, escrita por Pit,
se tornaria um dos grandes hinos do Metal tupiniquim.
Prelude to Oblivion é a sexta
faixa. Usando um vocal mais rasgado, André demonstra mais uma vez sua força
vocal. Essa é uma grande música que une com perfeição elementos do metal
tradicional, Power Metal e música erudita, lembrando muito, em algumas partes,
o próprio Queen nos áureos anos 70. Em seguida vem a música que batiza o disco,
Theatre of Fate, é uma pancada do início ao fim, é a música mais pesada do
álbum com André abusando dos seus agudos, tão característicos na sua carreira.
Moonlight encerra o álbum. Única
música composta por André Matos é baseada em "Moonlight Sonata" de Beethoven.
Uma das músicas mais belas do disco, nela Matos solta sua voz, incorporando toda
a sua dramaticidade, técnica e extensão vocal, o que a faz ser um grande
deleite aos nossos ouvidos.
Theatre of Fate se destaca,
principalmente pela voz de André Matos. Último álbum que André gravou com a
banda, para, depois, alçar voos mais altos com o Angra. Mas esta será uma outra
história, para uma outra matéria.
Em 2012 a banda fez a turnê To
Live Again Tour, para comemorar os 25 anos do Soldiers of Sunrise, quando
tocaram pela primeira vez na íntegra os álbuns Soldiers of Sunrise e Theatre of
Fate. O primeiro show aconteceu no dia 1º de julho na cidade de São Paulo, com
o retorno do vocalista, Andre Matos, após 22 anos desde sua saída para a banda Angra,
e a formação clássica de Pit Passarell, Felipe Machado e Guilherme Martin. O
guitarrista Hugo Mariutti tocou no lugar de Yves Passarell, que eventualmente
fez participações durante esta turnê.
Por Lúcio Amaral
Maravilhosa e histórica matéria....Parabéns pela postagem.....
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